A Rua Mouzinho da Silveira era uma das ruas centrais de maior movimento da cidade. Não só devido à existência de numerosos estabelecimentos comerciais dos mais variados ramos, mas ainda pela muita gente da província que aqui sabia encontrar as mais amplas gamas de artigos para as suas compras, artigos estes que não existiam à venda nas suas terras.
Tinham dias certos para aqui se deslocarem, às mercearias, às casas de ferragens e de acessórios, à papelaria, enfim a cada sector que procuravam.
A partir das 17h fechava a Alfândega. Era um dos melhores períodos de negócio, quando o pessoal que nela exercia a sua actividade, vinha efectuar as suas compras.
Actualmente, tudo se modificou. Muitos dos estabelecimentos que existiam deslocaram-se para outros pontos da cidade, ou, pura e simplesmente, deixaram de existir. As pessoas da província têm, nas terras onde vivem, boas lojas de todos os ramos e não precisam de aqui se deslocar.
Por outro lado, a actividade alfandegária desapareceu daqui e deslocou-se para Perafita. Claro que a Papelaria Peninsular continua a ter, agora em Perafita, bons clientes, transitários e outros. Ali faz deslocar diariamente as suas viaturas, quer em trabalho de promoção, quer para efectuar entregas. Mas, o grande negócio que se fazia ao balcão, reduziu-se substancialmente.
Continua a ser uma rua de comércio tradicional, em que permanecem muitas pessoas a ela habituadas, que aqui gostam de estar. Há boas relações entre os comerciantes que aqui se mantêm, entre alguns mesmo relações de boa amizade, que se transmitem de pais para filhos.
Claro que, comparando com o que foi, o movimento actual é bastante mais parado. A limpeza pelos serviços camarários é irregular e, por vezes, deficiente, o que lhe provoca um aspecto menos atraente.
Dispõe agora de numerosos pubs e restaurantes, começa a animar depois das 23h30, com a vida nocturna que esses estabelecimentos originam. Como é evidente, esse tipo de animação não tem iqualquer influência na vida da nossa empresa, que à noite se encontra encerrada.
Há esperança de que, em futuro próximo, com a instalação na proximidade do Palácio das Artes e da Fundação da Juventude possa haver uma modificação mais positiva deste estado de coisas.