Comércio Vivo Mouzinho Flores, Ruas vivas, Comércio vivo

Antigamente as casas tinham muitos funcionários para atender, havia também muito comércio de rua, local e de pessoas da área circundante do Porto, que vinham aqui às compras semanais. Existia muita loja de revenda cá no Porto, coisa que hoje em dia não se verifica. Nós estamos aqui há cerca de um ano, o que vemos é que o nosso cliente, 90% é de origem de fora do país. São espanhóis, franceses, italianos, japoneses, tudo. Em si o comércio local não existe, as pessoas do Porto ainda não compram muito no comércio tradicional, estão mais viradas para os shoppings.

Começa-se a notar que há mais gente durante o dia principalmente. Não estou a falar agora dos bares na parte da noite que está tudo a ser revitalizado. Mas ainda há uma grande percentagem que opta por ir para grandes espaços comerciais principalmente no Inverno, porque é mais confortável, vão todos de carrinho, metem o carro no parque, vão ao cinema e podem comer, podem fazer compras, passear pura e simplesmente.

É pena que os portugueses não venham mais ao comércio tradicional, mas os nossos clientes vêm essencialmente do turismo, de todos os pontos. Já tivemos aqui clientes da Nova Zelândia, da Austrália, do Japão, franceses, europeus de todo o lado. É o tipo de cliente que entra aqui, de qualquer idade, vem os filhos com os pais, com os avós e não dá para ter uma ideia de perfil de cliente, a não ser que são estrangeiros essencialmente, até hoje, vejamos o futuro.

A minha relação com o cliente é estranha, eu estou muito habituado aos estrangeiros, porque viajei sempre bastante na busca de colecções e de produtos.

Sinto-me em casa a falar com eles, a estar com eles. Já conheço o estrangeiro, o alemão, o francês, o italiano, o espanhol como portugueses quase.

Estou à vontade, não tenho problema nenhum, pelo menos com os estrangeiros. Portanto 90 e muito por cento dos clientes são estrangeiros e eu dou-me bem com eles.

Nota-se que aqui não há poder de compra. Embora muita gente goste e queira, vê mas não têm poder de compra. As pessoas aqui desta zona, são pessoas muito envelhecidas, antigas, que não precisam de vir a esta loja comprar nada. Nós não vendemos nada que lhes faça falta.