Sempre procurando bem servir a nossa clientela. Mostrar/Ocultar

A nossa firma é especializada no fabrico de bandeiras, bordadas ou estampadas em qualquer formato, galhardetes, emblemas, mastros, bases e seus acessórios, fornecendo orçamentos para qualquer fornecimento.

Fundada em 21 de Dezembro de 1961, está prestes a completar 50 anos, sempre procurando bem servir a nossa clientela.

Pessoas

Mini Biografia

Moisés Luíz da Rocha Paiva nasceu a 7 de Fevereiro de 1934, em Vila Nova de Gaia.

Dois anos depois de ter começado a namorar ganhou o segundo prémio da lotaria. O dinheiro “deu para comprar duas mobílias, em segunda mão, uma de sala de jantar e uma de quarto“, que usaram durante os primeiros anos de casados.

Para tentar melhorar de vida decidiu abrir, juntamente com o sócio Moura e o sócio Pereira, a Casa Mouzinho, onde vende bandeiras e emblemas.

“Vim trabalhar para o Porto com a idade de 11 anos”

Vim trabalhar para o Porto com a idade de 11 anos, para a Rua de S. João, número 18, na firma Sousa e Martins Lda. Era uma loja de malhas, miudezas e bandeiras. Trabalhei lá 16 anos como empregado de balcão. Naquela altura quem viesse trabalhar era para o Porto, em Gaia pouco ou nada havia, aquilo era uma aldeola.

“Foi uma escola”

Foi uma escola, onde eu estive a trabalhar. Aprendemos muito em rapazes naquela altura, varria a loja, punha as amostras, as roupas e os cobertores à porta. Eles tinham armazéns de azeitona em baixo, à parte de trás na Rua dos Mercadores, e vendiam muita azeitona. Nós durante o dia íamos para os armazéns, pesávamos a azeitona, ajudávamos a lavar os tanques, tinham muitas pipas onde tinham a azeitona, a gente tratava daquilo tudo.

Íamos levar às mercearias azeitonas em seiras, 5 quilos em cada lado. Andávamos com uns frascos com amostras de azeitonas a percorrer a cidade e não só, a ver se vendíamos azeitona. Tempos difíceis, mas claro foi uma escola também, que aprendi muita coisa, ainda hoje posso dizer que sei um pouco de tudo, electricidade, de carpinteiro.

“Estabelecemo-nos eu e um colega meu e viemos para Mouzinho da Silveira”

Depois estabelecemo-nos eu e um colega meu e viemos para a Rua Mouzinho da Silveira e aqui estamos há 49 anos. Eu ganhava, falando em escudos, na altura em que casei 1600 escudos e a minha mulher 1100 escudos. Chegava para pagar a casa e ter as nossas coisas.

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Rua

“O movimento era muito maior”

O movimento era muito maior, aqui na zona estavam inseridos os grandes armazéns de mercearia, mais os estabelecimentos de despachantes, o movimento alfandegário estava mais ligado aqui a esta parte baixa. O movimento era de muitas mercadorias que acostavam ali ao Rio Douro, vinham de cima do Douro pelo rio. Até havia transportes de lanchas de Avintes cá para baixo. Vinha pelo rio abaixo a maior parte das mercadorias, desde víveres, azeitona, tudo ligado à agricultura. Acostavam numas escadas que haviam lá em baixo, as Escadas das Padeiras na Ribeira e lá em baixo na Praça da Ribeira havia grande movimento de carroças, carros de bois, transportavam mercadorias para todo o lado, era uma coisa só vista. Tudo isso me lembra dos tempos de rapaz.

“Actualmente o movimento é menor”

Actualmente o movimento é menor, passa muita gente quando é o tempo de turismo, aquela gente que vai para a Ribeira, vem e volta, de vez em quando lá vêm e compram uma bandeira. Mas agora o comércio ao balcão de virem comprar outras coisas é muito difícil, é raro comprarem.

Isto acontece porque mora muito menos gente na cidade, é muito diferente.

Além disso foram-se criando outros pontos que dispersaram mais a clientela, com as novas superfícies, o comércio foi-se espalhando. Antigamente desses concelhos limítrofes vinha toda a gente aqui para o Porto, de Gondomar, Maia, Vila Nova de Gaia. Agora não, essas cidades têm tão bons, ou melhores estabelecimentos. Portanto as pessoas já evitam de vir ao Porto para fazer as suas compras, agora limitamo-nos mais a esta gente daqui ou gente de passagem.

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Lugar

“Agora andar aí na cidade à noite é muito perigoso”

Esta é uma zona que morreu, porque aqui há pouca gente a morar. Há aquela passagem de vir ao Porto, mas as noites são um pavor. Eu sou da altura em que se vinha à noite ao cinema, vinha mais a mulher, em qualquer altura e não havia perigo, a pessoa andava à vontade. Os cinemas agora fecharam, agora há os centros comerciais, têm boas salas de cinema e têm segurança. Agora andar aí na cidade à noite é muito perigoso.

Para dar mais movimento, deviam conseguir repovoar isto novamente, eles estão a recuperar as casas, mas lentamente. Vamos a ver, isto vai demorar uns anos largos até conseguirem. A pessoa que saia daqui e pague uma renda barata, que seja realojada, quando for para voltar não vem pagar a mesma renda. Além disso os prédios aqui não têm garagem, as pessoas se tiverem um carro, têm que o deixar ficar na rua, não têm condições, isso conta muito.

“Fechou tudo ou quase tudo”

Aqui nesta Rua de S. João, era quase tudo armazéns de mercearia, armazenistas e hoje não há quase nenhuns. Aqui na Rua Mouzinho da Silveira também havia alguns e havia na Rua das Flores muitas casas de malhas e miudezas. Em Mouzinho também havia algumas, fechou tudo ou quase tudo, há uma, duas ou três. Depois há uns anos começaram a aparecer os chineses e indianos, mas o negócio mesmo para eles já não deve estar como estava, de certeza, já não devem vender aquilo que vendiam.

A Rua do Loureiro, em tempos, era um mundo de lojas de electrodomésticos. Era preciso estar na porta à espera para entrar, era assim naquela altura, porta sim, porta não, havia casas dessas. Electrodomésticos e oculistas era o forte, agora a coisa também está muito mal. Os Clérigos já não são o que eram no negócio, a Rua 31 de Janeiro a mesma coisa, em Santa Catarina ainda há muito movimento, mas de certeza que já não é o que era.

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