Quando era mais nova, de vez em quando, vinha ao Porto porque andei a estudar, quando tirei o nono ano, tirei no Colégio Universal, na Rua da Boavista. Tirei aí o quinto ano e também no Pedro Nunes, em Gaia. Portanto, passei aqui muito tempo.
Quando foi o 25 de Abril, ficámos por aqui que nem podíamos passar a ponte daqui para Gaia, eu e a minha irmã enfermeira. Foi interessante, aqueles soldados todos aqui, eu presenciei isso. Foi interessante. A gente na altura não percebia nada. O que é que a gente sabia dessas coisas? Só sabia quem se metia na política. Nós mocinhas novas, nós queríamos era a nossa vidinha, não pensávamos nisso. De maneira que foi interessante, um movimento engraçado, muita gente na rua. Foi a primeira vez que vi tanta gente.
E lembro-me também muito do São João, que a gente vinha para aqui dar marteladas, que já não é como dantes. Agora já não tem a mesma graça, já não é tanta gente. Já não é aquela alegria.
Curiosamente, para esta rua eu não costumava vir, o que é engraçado. Eu não me lembro quase nada desta rua. Lembro-me de ir até mais acima, à Avenida dos Aliados e assim mais para outra zona.