“Vendo um bocadinho de cada coisa”

No início da loja, vendia os produtos que me davam os fornecedores que me deram crédito. Vendi muitos lenços de cabeça, para o pescoço e uns de metro e vinte. Houve aqui um ano que se usava muito. Costumo dizer que foi assim que comecei e comecei muito bem, até aparecerem os chineses. Quando apareceram, deixou de se vender esses lenços. Eram os xailes de merino feitos à mão, também, que eram muito quentinhos.

Hoje em dia, não vendo nada de mais. Vendo um bocadinho de cada coisa. Procuro ter o mais diferente possível: são meias, são chinelas, são chapéus.

Outras coisas que não estão ao alcance das costureiras. Vendo coisas de Portugal ou do Porto também, como bonés, T-shirts, cachecóis, coisas com galos… Na altura do Carnaval, também vendo bem fatos para as crianças. Coisas em conta e muito bonitas.

De Inverno, dedico-me um bocado a coisas feitas à mão: camisolas, meias daquele tipo da Póvoa do Varzim, Vila do Conde, uns xailes tradicionais, aquelas coisas manuais. Dedico-me um bocado a isso, mas é muito difícil sobreviver aqui o Inverno. Muito difícil. Eu até estou a pensar meter outro tipo de coisas este ano: uns edredões, uns atoalhados, para sustentar a empregada que tenho, para a manter, porque eu também vivo disto.

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