Quando abri tinha um bocado de tudo. Claro, menos variedade. Eram os galos, as recordações do Porto, os barcos rabelos, tinha as miniatura de torneados de madeira com pipinhos, adegas regionais, umas casas portuguesas de madeira, bonecas regionais que na altura se vendiam, muito bem. Filigranas também cheguei a ter, que se vendia bem na altura. As tapeçarias, as mantas foi uma coisa que sempre vendi bem. As mantas feitas de farrapos. Tinha peças já de Barcelos, o figurado de Barcelos quer Júlia Ramalho quer, na altura, Rosa Ramalho que era a ceramista mais conhecida de Barcelos. Na altura da grande produção da cerâmica de Barcelos os meus pais já tinham peças. Para além de terem muito artesanato em madeira e trabalhos em cortiça, tinham muita coisa de bordados e linhos de Vila Verde, que os meus pais também vendiam bastante. Nessa altura, que me recorde, era sensivelmente isso.
Fundamentalmente, já tinha uma série de contactos com alguns artesãos.
Antes de abrir, já tinha preparado uma série de produtos que comecei logo com eles, que eram os galos de Barcelos, as bonecas regionais, os barcos rabelos, recordações do Porto em madeira, uma variedade na altura de muita coisa de torneados de madeiras. Já tinha alguma cerâmica contemporânea destes artesãos novos que surgiam na altura. Tapeçarias e mantas de Laúndos, de Póvoa de Varzim, que era zona tradicional de fabrico em tear e manual das mantas de retalho. Tapeçaria foi uma coisa que se vendeu sempre bem, os brinquedos tradicionais de madeira e de folha que sempre vendemos. Os chamados os brinquedos de chapa que apareciam em todas as feiras de artesanato e aqueles brinquedos de madeira antigos. A pombinha, o ciclista, as camionetas pintadas, os carros de bois.
De início foi sempre o contacto directo com os artesãos. Fui eu que os procurei e, nessa altura, era eu que me deslocava às oficinas deles para ir buscar material. Agora alguns ceramistas vêm aqui mesmo. Faço as encomendas por telefone, ou por catálogo ou fotografias e eles entregam aqui. Outros, no caso de Barcelos, Júlia Ramalho, os galos e os santos populares, uma série de bonecos de Barcelos, de cascata, de presépio, vou lá buscar directamente.