Temos todo o tipo de clientes. Desde o cliente que procura uma coisa de 5 euros até ao que procura uma peça superior a 50 mil euros. Portanto, todo o tipo de clientes e o turista também.

As relações com os clientes são mais com a Ana, ela é que é a líder, ela é que é a gerente da loja, é que faz mais essa ponte e as pessoas gostam imenso dela. Aliás, também me dá imenso gozo quando dizem:

- “A sua filha é uma simpatia”

É o que eu quero.

Porque embora não tenha contacto com os clientes, conheço-os e eles conhecem-me também, até porque as avaliações, normalmente, sou eu que as vou fazer. A Ana é a residente e eu sou a outsider, portanto, sou eu que me desloco para fazer as avaliações. A relação com os clientes baseia-se na confiança.

O que posso dizer é que não tenho memória de termos qualquer tipo de adversidade com um cliente. Sempre que estabelecemos uma relação negocial com um cliente ficamos com um amigo. Deixou de ser só um cliente e passa a ser um amigo. O nosso comportamento também é muito rectilíneo. Nós não somos sujeitos a grandes variabilidades nesse campo porque temos uma postura e não abdicamos dela e portanto, também só podemos estar bem com essa postura, depois as pessoas reconhecem e apreciam-nos.

O gosto dos clientes também mudou. Ao longo dos séculos terá havido sempre grandes mudanças. Até o próprio estilo, por exemplo do mobiliário, foi reflectindo influências várias. Desde a escolha de novos materiais, desde alguma influência estrangeira, enfim, tudo isso foi mudando o gosto das pessoas. E nós estamos numa época em que a mulher já não está em casa, ela tem a sua carreira profissional e também não há disponibilidade das pessoas para fazer as tarefas domésticas que havia aqui há 50 anos. Portanto, as pessoas estão a simplificar.

Já não querem casas muito cheias ao gosto inglês, cheias de mobiliário, de peças de decoração, os cortinados com flores, portanto, uma decoração quente, uma decoração muito cheia. Aqui também há casas que tem esse tipo de decoração mas as pessoas agora estão a simplificar, não querem nada, querem espaço. Os próprios apartamentos também são de dimensões mais reduzidas. Há móveis que decididamente não cabem nalguns apartamentos e portanto, as pessoas mudaram muito, não é só uma questão económica, é uma questão de mudança de estilo de vida. A mulher trabalha, não está em casa, não tem disponibilidade, nem física, nem mental de chegar a casa e de estar a tratar, a cuidar, por exemplo, as pratas como têm de ser cuidadas, querem o mais simples possível, o menor trabalho possível, porque trabalho já têm o resto do dia. Houve efectivamente uma grande mudança. Ainda há quem goste, como eu, de ter a casa a abarrotar mas nem toda a gente já pensa assim.

A publicidade que fazemos é através da nossa página na Internet. O problema da publicidade são sempre os custos, porque volta e meia fazemos anúncios nos jornais e voltamos a tirar porque são bastante caros, por isso fazemos episodicamente. Quando achamos que é necessário fazemos uns anúncios nos jornais a divulgar a nossa existência. Eu própria hoje se quero alguma coisa nem pego na lista telefónica, imediatamente vou à Internet e pesquiso. E esta é a grande fonte de divulgação das empresas.