Terços, estampas, registos e presépios Mostrar/Ocultar

A Casa S. José tem uma variedade muito grande de terços, estampas, registos e presépios, nacionais e estrangeiros, aos melhores preços do mercado.

Além destes produtos temos redomas de vidro de todas as medidas.

Agradecemos uma visita à nossa casa.

Pessoas

Mini Biografia

Alberto Luís Basto de Macedo nasceu a 25 de Agosto de 1926 “no segundo andar do prédio onde fica a Casa S. José”. Filho de José Agostinho de Macedo e de Laura Augusta de Macedo, ela doméstica e o pai comerciante.

Cresceu na Rua das Flores e estudou na Rua de Ferraz, quando terminou os estudos “fui para a tropa e quando vim, passei logo a trabalhar com o meu pai. Foi logo depois da Segunda Guerra. Nessa altura havia muito negócio. A nossa casa era muito importante, vendíamos muito para o Ultramar”.

Nutre um grande carinho pela Rua das Flores mas diz que “se têm esquecido dela. Os arruamentos estão todos esburacados, os passeios também, não passa aqui quase ninguém, é uma coisa terrível.

“Ganhava 1000 escudos por mês”

Cresci na Rua das Flores depois mudámos de residência e fomos para a Rua da Torrinha. Nessa altura eu andava a estudar de maneira que já não andava tanto pela loja. Depois fui para a tropa e quando vim, passei logo para aqui trabalhar com o meu pai. Vim porque estava livre e ele disse-me assim:

- “Se quiseres vens para aqui trabalhar comigo.”

E naquela altura as coisas eram muitas boas. Estavam a dar, foi em 1948. Quer dizer, foi logo depois da Segunda Guerra. Nessa altura havia muito negócio.

A nossa casa era muito importante, vendíamos muito para o Ultramar. Lembro-me que ganhava 1000 escudos por mês. Eu fazia atendimento ao público e também tratava todos os dias das notas de encomendas dos viajantes da província. Posteriormente passei a fazer a viajem, mas isso já foi em 1970, já eu tinha 40 e tal anos. Porque o viajante deixou e nós tivemos a necessidade de fazer a viagem e o meu pai disse:

- “Tens que ir tu.”

Passei eu a fazer a viajem, mas só cá no norte, de Valença até Coimbra.

Áudios

Rua

“As varandas mais bonitas”

Eu já li qualquer coisa que antigamente chamavam à Rua das Flores a Rua de Santa Catarina das Flores. Sei que aqui eram tudo hortas que pertenciam ao bispo. No Largo de São Domingos havia um convento muito importante e parece-me que todas as semanas havia ali uma feira que juntava o pessoal.

Antigamente havia uns concursos todos os anos em que as varandas mais bonitas, com mais flores, eram premiadas. Durante muitos anos. Eu até tinha a minha sogra que levava isso muito a peito e tinha sempre a varanda dela muito bonita com muitas flores e chegou a ganhar vários anos.

“Um movimento extraordinário”

Antigamente era completamente diferente, a Rua das Flores era das principais ruas em movimento da cidade do Porto. Era a Rua das Flores e a Rua do Almada.

Da província vinha muita gente para aqui comprar coisas. Havia muito movimento. Havia aqui armazéns de papelaria que vendiam muito para África de maneira que todos os dias tinham aí camionetas para carregar para despachar para África. Havia outro em baixo que era outro armazém de papelaria, davam aqui um movimento à rua fantástico. Havia armazéns de papelaria e de louças e tinha muitas ourivesarias. A ourivesaria Aliança que era uma ourivesaria importante, era a melhor ourivesaria de Portugal. Ficava aqui na Rua das Flores. Além disso havia aqui um mercado de frutas que fazia muito transporte de frutas da estação de São de Bento para o mercado. Passavam aqui o dia todo para baixo e para cima, havia um movimento extraordinário. Ao passo que agora, passa um cliente, passam dois, passam três, muito pouca gente. Agora é uma rua parada. E depois têm-se esquecido muito da Rua das Flores. Os arruamentos estão todos esburacados, os passeios também, não passa aqui quase ninguém, é uma coisa terrível. E chegou a ser das ruas de mais movimento da cidade do Porto.

O que tem de pior é o estado em que está, que afasta muitas pessoas. Está num estado muito degradado. As casas muito antigas, a maior parte delas precisa de obras.

O melhor é estar aqui muito perto da Estação de São Bento porque antigamente o único acesso que havia era de comboio.

Áudios

Lugar

“Cinema e café”

Quando era novo íamos até ao Palácio Cristal que era muito agradável. O Palácio tinha uns jardins muito jeitosos, muito engraçados.

Às vezes íamos para o café porque tinha bilhares e distraíamo-nos a jogar. E cinemas, também havia sessões de cinema. Havia muitos cinemas naquela altura, o Batalha, o Águia Douro, o São João.

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