Também me recordo muito bem dum café onde nós íamos lanchar, o café Astória. Tinha bancos que andavam para a frente e para trás que eu achava muito engraçados. Gostava de comer o croissant torrado com manteiga e adorava aquelas laranjadas cor de laranja com corantes. O meu pai não me deixava beber. Fazia mal, dizia ele. De vez em quando, eu lá o conseguia convencer e bebia a laranjada cor-de-laranja, o que era uma felicidade para mim.
Recordo-me que na altura do Natal, vínhamos com os nossos pais ver as iluminações e tirar fotografias. O meu pai gostava muito de fotografia.
Passeávamos pela Baixa e divertíamo-nos imenso. Ainda não havia o disparate dos centros comerciais que hoje há. Para mim, qual foi um dos grandes males do Porto? Os centros comerciais. A brutalidade de centros comerciais que o Porto tem! Porto e arredores. E ainda se continuam a construir…..
Claro que, com parque de estacionamento gratuito, dias de chuva abrigados, dias de calor com ar condicionado, as pessoas preferem esses sítios, do que vir para o comércio tradicional. Tudo isto fez com que o Porto fosse ficando mais depenado. Deviam arranjar parques de estacionamento a um preço comportável, mais policiamento e mais luz.
Sempre que posso, é a Baixa e o centro do Porto que escolho para compras. Evito a 100% os centros comerciais. Claro que, nós temos uma vida muita presa e, por vezes, não há outra solução. Mas, de resto, é do comércio tradicional que gosto. Era preciso também abrirem as lojas que estão a fechar, devido à crise actual e abrirem outras, de qualidade, que trouxessem novidade.