Diversidade de artigos e valores dos objectos de prata e ouro. Mostrar/Ocultar

Ofertar objectos de ourivesaria é, além de uma prova de bom gosto, fazer um inteligente investimento e que o  poderá fazer dentro do seu orçamento, dada a diversidade de artigos e valores dos objectos de prata e ouro.

Pessoas

Mini Biografia

António Carlos Magalhães de Oliveira nasceu a 20 de Abril de 1930, na casa onde fica a Ourivesaria Carneiro.
Os pais chamavam-se Maria Josefina e António Marques de Oliveira. “A minha mãe era doméstica, o meu pai trabalhava aqui na ourivesaria”.

Desde criança que está ligado à Ourivesaria Carneiro, tendo sido esse o seu primeiro e único emprego. Hoje com 80 anos recorda os momentos de animação da rua “houve pelo S. João, dois ou três anos em que se pôs arcos, pôs-se festões”.

“Estou ligado à ourivesaria desde pequeno”

Estou ligado à ourivesaria desde pequeno, desde sempre, o meu primeiro emprego foi na ourivesaria. Eu era o filho do dono da casa, recebia mais uma gratificação do que ordenado. Eram 200 escudos, salvo erro e fazia-se tanta coisa, equiparar esses 200 escudos dessa época para agora, era pelo menos aí uns 300 euros, pelo menos. Era isso.

Eu tive uma primeira infecção aos 12 anos e portanto tive aquela quebra nos estudos mas não estava com vontade de continuar a estudar e vi aqui a solução para a minha vida. De mais a mais, eu, mesmo nas férias, estava aqui na ourivesaria a ajudar muitas vezes. Portanto já estava integrado, foi só uma continuidade.

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Eu nasci na Rua das Flores e vivi nela até hoje

Se me lembro da Rua das Flores…eu nasci nela, vivi nela até hoje. Há 80 anos que eu estou na Rua das Flores. É muito diferente, a rua deste lado eram praticamente só ourives, chegou a haver 20 e tal ourivesarias aqui na rua.

Quase todas estas casas tinham habitação, os proprietários dos estabelecimentos normalmente, viviam por cima. Agora aqui neste quarteirão só vivo eu.

O primeiro nome da rua foi Santa Catarina das Flores, depois perdeu a Catarina e ficaram só as Flores. As memórias que me restam mais da Mouzinho da Silveira era quando o eléctrico subia a rua. O primeiro eléctrico acordava-nos sempre, vinha por aí acima a fazer um barulho, era o 1. De resto foi sempre uma rua muito movimentada também.

A doença da Rua das Flores e da Mouzinho da Silveira são pares. O comércio está mesmo muito por baixo presentemente porque não tem movimento. O encerramento da Alfândega também influenciou, vejam-se quantos empregados havia lá na Alfândega, quantas pessoas tinham que ir à Alfândega para tratar dos assuntos e o caminho era a Rua das Flores. Havia o Banco de Portugal lá em baixo para S. Domingos, as grandes companhias de seguros. Agora está-se a modificar o estabelecimento, o prédio da Companhia de Seguros Douro, agora vai ser Casa das Artes. Mas eram imensas pessoas que tinham de obrigatoriamente passar por aqui para ir para essas empresas que saíram daqui.

Uma das coisas que era preciso, era transformar estes passeios cheios de covas e buracos, em passeios, que o transeunte se sentisse bem. É uma floresta de sinais de trânsito. Uma pessoa quer passar e não têm possibilidade, arrisca-se a cair porque os passeios estão horríveis.

Para comprar ouro era na Rua das Flores

Antigamente tínhamos um cliente fixo, cliente da casa, que nos procurava ou procurava os outros colegas, comercialmente era muito melhor termos aqui a zona das ourivesarias do que estar todas espalhadas, porque quem queria qualquer peça de ouro, já sabia, era na Rua das Flores. Agora está tudo disperso.

Houve uma dispersão dos estabelecimentos por toda a área da cidade e muito principalmente pelos arredores.
Antigamente nós tínhamos imensos clientes de Santo Tirso e toda aquela zona, Paredes. Agora nós vamos a Santo Tirso e a Paredes vemos ourivesarias tão boas ou melhores que aqui no Porto. Portanto, o cliente deixou de ter a necessidade de vir aqui ao Porto para comprar determinados objectos. É a lei da vida.

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Lugar

O movimento era grande

Toda a minha vida foi aqui. O movimento era grande, havia lá para baixo a Alfândega, havia a Bolsa, havia muitas companhias de seguros, tudo isso movimentava. Essas companhias de seguros e a Alfândega, foram acabando, ou saindo de lá de baixo. Foi uma das coisas que matou o movimento da rua. Havia também a via fluvial. A cidade era abastecida, legumes e essas coisas todas, com o que vinha nos barcos e na Ribeira aquilo era um mercado enorme. Os barcos vinham, desembarcavam na Ribeira com os seus produtos e depois eram transportados em carros de bois. Fazia pena ver os carros de bois a subir a rua Trindade Coelho! Os bichos ajoelhavam, os homens a empurrar os carros, era fantástico. Na época era assim.

Antigamente queria-se qualquer peça de ferro, parafuso, era na Rua do Almada, agora está disperso. Até os principais saíram. O problema do estacionamento, não podem estacionar ali e tal, fugiram para zonas mais fáceis de estacionar.

Antigamente aqui nos Lóios era uma zona em que era quase tudo sapatarias, agora parece que não há nenhuma, ou há só uma de sapatos de criança, mas os Lóios tinha sapatarias magnificas. A Avenida dos Aliados tinha uns cafés grandes, com música. No Monumental tinha uma orquestra, o Guarany também tinha uma orquestra, mas era uma zona de convivência.

Antigamente não se andava de automóvel. O automóvel era para ir para certos pontos. Era a pé que se fazia as deslocações ou de eléctrico, e os eléctricos acabavam todos aqui na praça. A estação agora tem meia dúzia de linhas aqui para o Porto, antigamente todos os comboios vinham para aqui.

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