Já vendemos até bicicletas e no tempo do meu pai já se chegou a vender cebolas à porta. Trazia da Pesqueira porque o meu pai tinha muita necessidade.
Hoje comercializo jogos de cama, cobertores, camisolas interiores, peúgas, meias. Ui é uma variedade. E já não é muito que chegámos a gastar a 300 e tal fábricas quando elas existiam.
Às vezes as pessoas chegam aqui:
- “Ai quero uma coisa, mas tem que ser português.”
Há coisas que já não se fabricam cá em Portugal, mas nós tentamos sempre ter. Mas se forem a Santa Catarina aquelas cadeias de lojas já não compram nada em Portugal e as pessoas já não se importam. Se forem ver, vêem lá Bangladesh mas já não se importam. Eu às vezes até digo por brincadeira:
- Vocês vêm aqui e não pode dizer made in China, made in Índia, mas se calhar quando chegam aos chineses dizem “Ai não queremos nada que diga made in Portugal”.