A loja é a Casa Renato, muito famosa na cidade do Porto nos anos 50/ 60/70.
Nessa época aliava ao comércio todo que havia cá na zona, e a vida toda que a cidade e as freguesias aqui tinham, desde S. Nicolau, a Sé, Miragaia, tudo se desenvolvia aqui e esta casa era uma das mais famosas que havia.
Mantém o mesmo nome que era a Casa Renato. Sempre foi conhecida por esse nome. Fica na Rua Mouzinho da Silveira, 157 a 163. Procuravam muito esta casa a nível do produto que se vendia cá e da publicidade que se fazia da casa, desde o tempo da Voz dos Ridículos, toda a cidade conhecia a Casa Renato que vendia tudo mais barato, e depois tinha aqueles spots de publicidade simpáticos que diziam:
- “Onde compraste José essa gravata gaiteira?”
- “Comprei na Casa Renato na Rua Mouzinho Silveira”
- “Nasceu à moça um menino e a avó ao desbarato foi comprar o enxoval à Casa Renato”.
Esta casa nasce entre 1950 e 1954. Nasce em pronto-a-vestir, roupa, malhas, camisaria e todo esse género de necessidades que havia para as toilettes das pessoas.
Chegou a haver quatro, cinco funcionários, e épocas que era preciso cinco e seis. Porque isto tinha uma ligação também, que era o Silva Ferreira Soares, em frente. E então tinha aqui a galeria, que estava lá em baixo, que trabalhava com o armazém também e aí era necessário trabalhar com todo esse número de pessoas para o atendimento à população que vinha de fora, que vinha das freguesias que há aí espalhadas pelos arredores da cidade do Porto. Vinha tudo aqui à Rua de Mouzinho, à Rua das Flores, à Rua de S. João fazer as compras. Era toda a gente que vinha, vinha de Gondomar, de Valongo, de Ermesinde, de Gaia, vinha tudo para aqui fazer as compras ao centro. O centro da cidade era aqui. Depois começou-se a ramificar a partir dessas artérias todas. Havia variadíssimos tipos de lojas. Todo o tipo de lojas que havia na cidade estavam aqui estabelecidos.
Era relógios, era bazares, era confecções, era malhas, retrosarias, era óculos, ourivesaria, casas de máquinas, sementeiras, a casa das ferragens, o Manuel Ferreira, a casa mais histórica que o Porto tem a nível de ferragem e ferramenta, daí tudo isto funcionava aqui. Agora não há cá nada disso. Estamos dois ou três sobreviventes dessa época.